Compensações por perda de biodiversidade
A promessa de compensar a destruição da biodiversidade abre caminho para que as empresas obtenham financiamentos e acesso a terras que, de outra forma, estariam vetadas à destruição em grande escala. As promessas de recriar ou proteger habitats de valor ecológico “equivalente” em outros lugares estão inclusive permitindo que empresas destruam áreas protegidas e locais que são Patrimônio da Humanidade. A compensação da biodiversidade resulta em destruição e exploração duplas, pois as empresas controlam territórios afetados por atividades industriais, bem como aqueles visados para projetos de compensação.
As dezenas de milhões de euros que o governo do Acre recebeu do governo da Alemanha para seu programa REDD+ não conseguiram conter o desmatamento. Mesmo sem “resultados” positivos, vários estados brasileiros continuam recebendo recursos do governo alemão.
A crise ambiental, climática e social é uma realidade vivida por muitas pessoas, há muito tempo. Porém, em vez de reconhecer sua contribuição a essa crise, empresas e seus aliados usam a pandemia para ampliar seus esforços pela expansão das Áreas Protegidas.
O plano da indústria de conservação para dobrar o tamanho das Áreas Protegidas (APs) seria a solução para a perda de biodiversidade, as mudanças climáticas e, agora, até para a COVID-19! Mas as APs não resolvam nada disso.
Em 2004, as ONGs de conservação e o Ministério das Florestas foram pioneiros em um modelo chamado Concessões para Restauração de Ecossistemas. Este artigo analisa mais de perto esse modelo no contexto de novas e antigas ameaças às florestas. (Disponível em indonésio).
Uma tática fundamental para o gigante de celulose que continue expandindo suas plantações de eucalipto no Brasil, é se vender como uma empresa que pratica “conservação” e “restauração”, ocultando seu histórico desastroso de impactos sobre florestas e populações.
Este editorial pretende fazer um alerta em relação às agendas empresariais que dominam os processos internacionais relacionados às florestas, e que parecem estar entrando em novas fases. As decisões têm impactos muito concretos para as comunidades florestais.
A multinacional do petróleo Shell afirma que é possível andar de automóvel e ser “neutro em carbono”, basta compensar as emissões plantando árvores ou investindo em áreas florestais já existentes em outros lugares. Mas o que está acontecendo nesses "outros lugares"? (Disponível em indonésio).
Quais são as experiências das comunidades que vivem dentro ou adjacentes às áreas de plantio de empresas com compromissos de “desmatamento zero”? Como essas empresas podem continuar se expandindo sem desmatar em países densamente florestados?
Este artigo destaca alguns desses conceitos, relacionados a florestas, que costumam ser apresentados como algo positivo, mas, na realidade, sirvam a interesses econômicos que as prejudicam e, portanto, prejudicam as comunidades que dependem das florestas.
Um projeto chamado Banco de Códigos da Terra pretende uma apropriação global da vida para o capital.
É mais uma falsa solução que desvia a atenção da tarefa urgente de manter o petróleo, o gás e o carvão debaixo do solo.