Mercantilização da natureza
A atribuição de preços a partes da natureza tem uma longa história. A perda florestal em grande escala e a violação dos direitos das comunidades foram consequências dessa secular corrida empresarial por madeiras e terras valorizadas. Os chamados “serviços ecossistêmicos”, como o papel das florestas nos ecossistemas, são uma nova forma de monetizar e comercializar a natureza. O resultado é mais espoliação de comunidades que dependem da floresta e destruição contínua de seus territórios por parte de empresas.
O Carbono Azul surgiu como um novo esquema de compensação entre emissões e absorção de carbono em territórios costeiros. No entanto, organizações da Indonésia alertam que a iniciativa é uma estratégia para transformar territórios costeiros e marinhos em ativos negociáveis.
O BIOFUND, um fundo de conservação para financiar as áreas protegidas de Moçambique, com apoio de Banco Mundial, cooperação internacional e ONGs conservacionistas, pretende usar o mecanismo de ‘compensação’ de biodiversidade.
Apesar de o governo brasileiro ter anunciado cortes nas ações contra o desmatamento, o Fundo Verde para o Clima concedeu a ele 96 milhões de dólares por supostas reduções de emissões na Amazônia.
Tentativa de recolonizar florestas na Índia. As novas propostas de emenda à Lei Indiana de Florestas
Como parte de um longo ciclo de repressão por parte do Estado, surgem novas emendas à Lei de Florestas, de origem colonial, que não apenas tornaria a burocracia florestal mais poderosa do que nunca, mas também acabaria com a importantíssima Lei dos Direitos Florestais.
O programa indiano para compensar a destruição de florestas por projetos de desenvolvimento constantemente estabelece monoculturas de árvores em terras comunitárias. As mulheres, que são as mais afetadas, estão no centro da resistência.