Óleo de dendê
O dendezeiro ocorre naturalmente na África Central e Ocidental. É uma árvore importante para as comunidades que dependem da floresta e para suas culturas e economias. No entanto, as grandes monoculturas de dendê para produção industrial – de óleo e agrocombustíveis – têm sido um grande fator impulsionador do desmatamento e da concentração de terras no sudeste da Ásia. Mais recentemente, essas monoculturas também vêm causando destruição na África e na América Latina.
Na Mesoamérica, a expansão das monoculturas de dendê é uma das principais causas de desmatamento. Uma troca de experiências reuniu representantes de comunidades indígenas e camponesas para conectar suas resistências.
A empresa de dendezeiros Socfin representou violência para as comunidades. No entanto, as mulheres precisam enfrentar outro sistema patriarcal mais próximo de casa: os chefes tradicionais são.
A opressão patriarcal é inseparável do modelo de plantações industriais e fundamental para a forma como as empresas geram lucros. As empresas visam as mulheres, inclusive em função de seu papel central na vida das comunidades.
Enquanto continua a destruição dos territórios florestais, mais promessas e acordos estão sendo implementados em nome de “enfrentar o desmatamento e as mudanças climáticas”.
A expansão do dendê em Wimbí já é um fato. O mesmo acontece com a extração de madeira, cujo protagonista é o mesmo grileiro que permitiu a entrada da empresa de dendê Energy&Palma. Esse novo ciclo de pilhagem de terras ameaça a cultura e a sobrevivência da comunidade.
Após quase uma década lutando contra uma empresa que tomou suas terras e fez plantações de dendezeiros, um tribunal decidiu que as terras devem ser devolvidas às comunidades. Agora eles estão tentando saber o que devem fazer com as grandes áreas que foram ocupadas por fileiras e fileiras de dendezeiros. (Disponível em suaíli).
O que os esquemas de certificação para plantações de árvores têm em comum é que geraram inicialmente muita expectativa, prometendo uma verdadeira transformação. Mas, o que a RSPO e o FSC também têm em comum é que não irão cumprir essas expectativas.
No Equador, a expansão das monoculturas industriais de dendê é a principal causa do desmatamento. Um intercâmbio de saberes, o primeiro do tipo no país, reuniu líderes das províncias afetadas pela atividade, resultando na REDE de povos soberanos contra o dendê.