Em março deste ano, mais de 100 organizações do mundo enviaram uma carta à FAO apelando para que essa instituição da ONU mudasse sua definição enganadora de florestas (1). A FAO aplica uma definição reducionista, que tem como único critério a presença de árvores e desconsidera a floresta como terra onde vivem e do qual dependem diferentes tipos de flora e fauna, e também comunidades locais. Segundo a definição do FAO, chamam-se ‘florestas’, por exemplo, as vastas monoculturas de eucalipto de rápido crescimento, manejadas com produtos tóxicos.
Boletim Nro 205 – Agosto 2014
A diversidade de lutas para uma diversidade de florestas
Boletim WRM
205
Agosto 2014
NOSSO PONTO DE VISTA
A DIVERSIDADE DE LUTAS PARA UMA DIVERSIDADE DE FLORESTAS
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4 Setembro 2014Moçambique já foi rico em florestas, actualmente não só não se pode considerar rico, como está em risco de desaparecer a não ser que se tomem medidas concretas, urgentes e radicais. Vários estudos produzidos nos últimos anos por organizações da sociedade civil e académicos, demonstram claramente que a manter o actual modelo de exploração florestal muito em breve teremos de alterar o discurso de que somos um país rico em recursos florestais, pois essa riqueza de que tanto nos gabamos está a ser derrubada e exportada de forma selvagem e descontrolada.
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4 Setembro 2014Humilde brota a água de líquens e pedras como se saísse da alma da terra uma enxurrada de sentimentos ... (Efraín Gutiérrez Zambrano) O páramo é um sistema de vida das altas montanhas andinas de países como Equador, Peru, Venezuela e Colômbia – sendo que este último abriga mais da metade da área de páramos no planeta. Na Colômbia, essa paisagem geralmente é composta de gramíneas, espeletia, alecrim, árvores anãs, depressões nubladas, cultivos, gado e camponeses encasacados, de bochechas vermelhas.
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4 Setembro 2014Nas costas tropicais e subtropicais da América Latina, principalmente no México, no Brasil e na maioria dos países centro-americanos e caribenhos, o desenvolvimento da atividade turística ocorreu em ondas sucessivas ao longo dos últimos 40 anos. Isso significou uma redução e uma degradação das chamadas ‘florestas salgadas’. As florestas costeiras incluem, entre outros, manguezais, florestas de praia, terrenos pantanosos de inundação periódica (florestas de marisma e de planície alagadiça) e terrenos pantanosos de água doce. No entanto, um dos ecossistemas mais afetados pela expansão do turismo residencial é o das florestas de mangue ou manguezais.
POVOS EM AÇÃO
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4 Setembro 2014A Amigos da Terra - Colômbia, CENSAT Água Viva, colocam à disposição do público três áudios promocionais da Conferência de Páramos e Altas Montanhas, para chegar a os habitantes altoandinos. A Conferência convoca as comunidades altoandinas e as organizações camponesas, indígenas e sociais da Colômbia, a fim de abrir um espaço de reflexão e articulação popular para a defesa dos territórios de montanha.
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4 Setembro 2014A NO REDD in África! Network (NRAN) participou na Cúpula dos Povos da SADC em 2014, na cidade de Bulawayo, Zimbábue. A declaração final da cúpula traz fortes reivindicações aos chefes de Estado, entre as quais a “rejeição das falsas soluções para a mudança climática”. Chamam-se os governos a “rejeitar falsas soluções para as mudanças climáticas, impulsionadas externamente e embutidas, por exemplo, nas atuais propostas de REDD Plus, Revolução Verde e Agricultura Climaticamente Inteligente”.
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4 Setembro 2014Organizações camponesas que são membros da Via Campesina de Bangladesh, da Índia e do Nepal convidam as pessoas a participar de um uma caravana de 18 dias (10 a 28 de novembro de 2014) para aprofundar e ampliar as redes de movimentos de base no Sul da Ásia e construir a solidariedade internacional em torno da ação específica sobre as questões de mudança climática, gênero e soberania alimentar. Há 40 vagas para delegados internacionais e o prazo para inscrições é 1º de outubro. Veja mais informações aqui (em inglês): http://www.krishok.org/caravan-info.html
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4 Setembro 2014Durante a Cúpula dos Povos da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, inglês) em Bulawayo, Zimbábue (14 a 16 de agosto de 2014), a União Nacional dos Agricultores de Moçambique, UNAC, membro da Via Campesina, destacou que o ProSavana, um megaprojeto de agronegócio em Moçambique, que também envolve o Brasil e o Japão, “não é apenas uma campanha nacional, é regional”. A UNAC alertou que o ProSavana transformaria 14,5 milhões de hectares de terras agrícolas que atualmente são usadas por pequenos agricultores no Corredor de Nacala, no norte de Moçambique, em agricultura de monocultura industrial, impulsionada pelas corporações que visam a produção para exportação.
RECOMENDADOS
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4 Setembro 2014Mulheres de todos os cantos do sul da África foram a Bulawayo, Zimbábue, para participar na Cúpula dos Povos. Elas pretendiam compartilhar suas experiências sobre como foram afetadas pelas decisões tomadas por governos ou pelo complexo agrominerador colonial herdado, que continua a tomar terras para fins de extração. Mais importante, as mulheres se reuniram para construir e reforçar sua solidariedade, forjar alianças fortes e se comprometer com a luta para pressionar por um sistema de mudança.
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4 Setembro 2014A rápida expansão das monoculturas de soja transgênica no Paraguai – patenteada em 95% pela Monsanto – deixou um rastro de destruição e desolação. A soberania alimentar está em risco, bem como as vidas de milhares de famílias camponesas e indígenas, que cada vez mais são expulsas violentamente de seus lugares de origem e veem seus direitos históricos e ancestrais violados. O relatório mais recente da Aliança Biodiversidade sobre os impactos da soja transgênica no Paraguai estima que, entre 1991 e 2009, o país perdeu mais de 3,2 milhões de hectares de floresta nativa, ou seja, 15,34% da área total.
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4 Setembro 2014De acordo com a Global Forest Watch, as florestas do Chile estão se expandindo. Concretamente, no entanto, a cena é diferente: monoculturas substituíram florestas naturais diversas e as plantações florestais ocupam agora 43% da paisagem centro-sul do país. A definição de florestas como plantações permitiu ao governo expandir as monoculturas em um ritmo acelerado, roubando os territórios dos povos indígenas Mapuche. Apesar disso, os Mapuches continuam uma luta intensa para recuperar seus direitos ancestrais à terra.
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4 Setembro 2014Ao selecionar a Bacia do Rio Mekong do painel esquerdo onde diz ‘River Basins in Focus’, aparecerão informações detalhadas sobre a área.