Artigos de boletim

Foto: Lúcia Ortiz Da forma como é usada no mundo empresarial, a “sustentabilidade” promete, entre outras coisas, que a atividade econômica não violará direitos das comunidades afetadas e que futuras gerações poderão desfrutar do meio natural onde a atividade é praticada. ONGs, empresas e governos que promovem o “Manejo Florestal Sustentável” (MFS) afirmam que isso é possível na floresta tropical, lançando mão da certificação pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal) como garantia.
Em 10 de novembro de 1995, todos os que lutam por justiça social e ambiental devem se lembrar que a junta militar nigeriana executou Ken Saro-Wiwa e outros oito líderes do povo Ogoni. Eles desafiaram, resistiram e lutaram contra os graves impactos negativos da extração de petróleo em suas comunidades, enquanto defendiam seus territórios e meios de subsistência. Isso jamais deve ser esquecido.
Historicamente, o petróleo tem sido extraído desconsiderando-se os custos que o processo acarreta para a população local e o meio ambiente. Assim, a extração se tornou uma causa direta do desmatamento de grandes áreas de floresta tropical, onde estão alguns dos depósitos de petróleo e gás mais promissores do mundo, degradando a floresta como um todo, por meio de seus impactos sobre a água, o ar, a fauna e as plantas.
O debate internacional sobre os impactos das atividades petroleiras teve relevância no início dos anos 90 quando um grupo de habitantes da Amazônia equatoriana processava a Texaco nos Estados Unidos, pelos impactos sociais e ambientais de suas operações, e Ken Saro-Wiwa era executado na Nigéria, junto com outros ativistas. Antes desses fatos, o vazamento do Exxon Valdez, em 1989, já havia sito notícia, mas como fato isolado que adquiriu relevância por ter ocorrido no Alaska.
O petróleo é uma mescla homogênea de compostos orgânicos que, junto com o carvão e o gás natural, formou-se há cerca de 300 milhões de anos, durante o Período Carbonífero da Era Paleozóica. Convertido em “combustível fóssil” na era moderna, é o resultado da ação de milhões de anos sobre restos de animais e plantas cobertos por argila, terra e minerais, submetidos a grandes pressões, altas temperaturas e a ação de bactérias anaeróbicas, ou seja, aquelas que só se desenvolvem em ambientes carentes de oxigênio.
    O 16 de outubro é o Dia Mundial de Soberania Alimentar. A Via Campesina, na sua última conferência internacional na Indonésia, em junho deste ano, deu um destaque importante ao tema, chamando a Soberania Alimentar de “nossa alternativa global”, não apenas para camponesas e camponeses, mas para a sociedade como um todo. O destaque é merecido também porque as ameaças são muitas.
Alguns anos atrás, uma foto rodou o mundo. Ela registrava um indígena numa pequena aldeia, no meio da floresta, apontando sua flecha para cima, na direção de uma aeronave onde estava o fotógrafo. A foto ganhou destaque na imprensa internacional porque se tratava de um grupo de indígenas na Amazônia brasileira que vivia isoladamente na selva, sem contato com a chamada “civilização”.