Artigos de boletim

Alguns anos atrás, uma foto rodou o mundo. Ela registrava um indígena numa pequena aldeia, no meio da floresta, apontando sua flecha para cima, na direção de uma aeronave onde estava o fotógrafo. A foto ganhou destaque na imprensa internacional porque se tratava de um grupo de indígenas na Amazônia brasileira que vivia isoladamente na selva, sem contato com a chamada “civilização”.
Foto de Pablo Cingolani. Menina do povo indígena yuqui, da Amazônia boliviana, um povo que vivia em isolamento e foi contatado pelas missões religiosas entre 1967 e 1991. Hoje em dia, vive em extrema vulnerabilidade, produto precisamente desses contatos forçados.
Foto: Localização aproximada dos povos indígenas em isolamento voluntário e contato inicial. Fonte: Pueblos Indígenas en aislamiento voluntario y contacto inicial, IWGIA ­ IPES ­ 2012
Foto: volunteerlatinamericablog.com O espírito veio em forma de corvo, me levou para cima e me disse: “Olha para Eami* esta noite. Podes ver muitos fogos acesos. São as fogueiras do teu povo ayoreo que iluminam tudo”. Seguimos voando e as luzes se apagavam, uma a uma. “Este é o futuro do teu povo O monte se escurece porque os ayoreos já não vivem nele. Tudo se transforma em escuridão”.
Foto: Gleyson Miranda, 2010 – Archivo FUNAI - Pueblos Indígenas en aislamiento voluntario y contacto inicial, IWGIA – IPES – 2012
Foto: Indígenas Mashco-Piros da reserva de Madre de Dios. Diego Cortijo - Sociedad Geográfica Española, 2011. Fonte: Pueblos Indígenas en aislamiento voluntario y contacto inicial, IWGIA – IPES – 2012
Em 1999, um decreto presidencial deu origem à chamada Zona Intangível Tagaeri Taromenane (ZITT) dentro do Parque Nacional Yasuní. A ação significava que essa zona estaria vedada para sempre a operações extrativistas, incluindo a atividade petroleira. Segundo o decreto, as zonas intangíveis são “espaços protegidos de grande importância cultural e biológica, nos quais não se pode realizar nenhum tipo de atividade extrativa devido ao alto valor que têm para a Amazônia, o Equador, o mundo e as gerações atuais e futuras”.
Foto: Survival International Mais uma grande ameaça cerca alguns grupos em isolamento: o turismo de massas que, em mãos de operadoras privadas e guias locais, com frequência sobrevoa os territórios identificados para satisfazer os turistas. Nas ilhas Andaman, são organizados “safáris” para ver uma nova atração turística: os Jarawas, uma tribo recentemente contatada que começou a se relacionar com o mundo exterior. Mas, de que forma?