As alterações climáticas provocam fome generalizada, migração e piora das condições de vida para milhões de famílias rurais, principalmente mulheres e jovens. O sistema alimentar global imposto às pessoas pelas Empresas Transnacionais é um fracasso total e uma das principais causas da crise climática induzida pelo ser humano – dependente dos combustíveis fósseis para produzir, transformar e transportar.
Outra informação
A agricultura tradicional em terras altas, implementada através da tecnologia de coivara (“corte-e-queima”, oukaingin) nas Filipinas é demonizada e antagonizada por meio de legislação restritiva.
As sementes camponesas – o pilar da produção de alimentos – estão sofrendo ataques em todas as partes. Sob pressão empresarial, as leis de muitos países limitam cada vez mais o que os agricultores podem fazer com suas sementes. A prática de guardar sementes, que tem sido a base da agricultura por milhares de anos, está sendo rapidamente criminalizada.
Em meio à maior área contínua de Mata Atlântica do país, no sudoeste do Sao Paulo, pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Estadual de Campinas acompanham mudanças em quilombos da região desde 2003.
A publicação recentemente lançada pela organização Otros Mundos Chiapas, do México, é um esforço para apresentar elementos e experiências de manejo comunitário de florestas. Diante da grande quantidade de informações difundidas por organismos governamentais e não governamentais alinhados à política de mercantilização da natureza, muitas comunidades e povos que habitam as florestas precisam enfrentar novos processos de defesa de sua terra e território.
No dia 21 de setembro cerca de 300 indígenas ocuparam a fazenda Nedila, no município do Prado Bahia, Brasil, local onde estão sendo realizado o plantio da monocultura do eucalipto pela empresa Suzano. A principal reivindicação dos indígenas é que parem de imediato o plantio, pois está causando grande destruição ao meio ambiente. Ainda não está em fase adulta, mas já se vê os efeitos nocivos aos seres humanos a fauna e a flora.
A indústria de óleo de dendê da Malásia, que produz 40% do produto no mundo, está crescendo, mas, de acordo com trabalhadores e ativistas entrevistados pelo Wall Street Journal, também é cercada de abusos. Os trabalhadores migrantes, principalmente de Bangladesh e Mianmar, estão sendo trazidos em condições terríveis por traficantes de seres humanos, como trabalhadores em certas plantações de dendê na Malásia.
Um artigo do recém-lançado livro Gender and Land Tenure in the context of Disaster in Asia examina o impacto da mudança no uso e nos sistemas de posse da terra em Sarawak sobre os direitos humanos, os meios de subsistência e as práticas de gênero locais. O artigo estuda a comunidade Iban, de Kampong Lebor, cujas terras consuetudinárias foram desmatadas pelas empresas para estabelecer plantações de dendezeiros.
Em 2013, a Relatoria do Direito Humano ao Meio Ambiente (RDHMA), da Plataforma Dhesca, realizou uma Missão de Investigação e Incidência no estado do Acre sobre a problemática da economia verde e seus efeitos políticos e territoriais. Diversos governos estaduais, em especial os da Amazônia, já estabeleceram ou estão em processo de definir políticas estaduais contemplando propostas de Pagamento por Serviços Ambientais e REDD+, sendo que o governo do Acre é pioneiro.
Após dois anos bloqueando todas as obras da proposta da Represa de Baram, em Sarawak, na Malásia, os povos indígenas tiveram uma grande vitória: o governo do estado anunciou uma moratória à polêmica represa e uma avaliação de alternativas energéticas de pequena escala. Os povos indígenas de Baram, no entanto, ainda estão preocupados devido à situação de suas terras nativas, que já foram oficialmente destinadas à construção da barragem, e à contínua atividade madeireira realizada com autorizações válidas.
Um comunicado de imprensa do All India Forum of Forest Movements (AIFFM) denuncia o governo da Índia por permitir “concessões florestais” a empresas privadas, naquilo que considera florestas de propriedade do Estado. Quarenta por cento das florestas degradadas “identificadas” podem ser dados em arrendamento a empresas privadas para a criação de plantações, violando não uma lei, mas várias, como a Lei dos Direitos da Floresta ou a Lei Indiana de Florestas.
A Global Coalition Against REDD, em aliança com a No REDD in Africa Network (NRAN) e apoiada por muitas organizações internacionais, lançou uma declaração no Programa Alternativo da Sociedade Civil ao Congresso Florestal Mundial, que foi realizado em Durban, África do Sul, no início de setembro.