O conceito de "sustentabilidade" está sendo cada vez mais esvaziado de conteúdo, principalmente por aqueles que realizam atividades basicamente insustentáveis. Entre eles, é necessário mencionar uma atividade que, por definição, não é sustentável: a mineração. Pode-se argumentar que a mineração é necessária para prover os seres humanos de diversos bens, mas o que, na verdade, não é possível argumentar é que ela é sustentável, porquanto trata-se de uma atividade baseada na extração de recursos não renováveis.
Artigos de boletim
A mineração é o conjunto de atividades relativas à descoberta e extração de minerais que se encontram sob a superfície da terra. Os minerais podem ser metais (como ouro e cobre) ou substâncias não metálicas (como carvão, amianto e cascalho). Os metais estão misturados com muitos outros elementos, mas, eventualmente, podem ser achadas grandes quantidades de certos metais concentrados numa área relativamente pequena - a jazida -, de onde podem ser extraídos um ou mais metais, com vantagens econômicas.
Atualmente, existe evidência irrefutável quanto a que a mineração limita seriamente a capacidade de uma nação de sustentar o seu crescimento econômico (inclusive, dentro das definições estreitas às que em geral aderem os estados nacionais). Para quem acha que as "riquezas" contidas no solo se traduzem infalivelmente em dinheiro no banco, isso é uma descoberta "surpreendente". Porém, para aqueles que adotam uma abordagem anticolonialista da acumulação de capital, não é difícil descobrir a razão fundamental dessa discrepância.
Em número cada vez maior, os novos sistemas de segurança das corporações no mundo todo incluem ex-oficiais de inteligência, do exército e veteranos dos esquadrões da morte. Eles dão combate pagos por novos chefes: as indústrias de mineração.
Embora a mineração provoque impactos negativos em todos aqueles que moram nas comunidades mineiras e em todos os atingidos pelas operações de mineração, existem impactos diferenciados e cargas adicionais que prejudicam especialmente as mulheres.
É possível começar a entender os diferentes impactos se abordarmos situações concretas, como, por exemplo, a vivenciada por uma mulher Dayak afetada por uma mina de propriedade da empresa PT-IMK, na Indonésia.
As empresas de mineração ficaram chocadas com uma "recomendação" aprovada pelo Congresso Mundial para a Conservação, realizado em Amman, no ano 2002, exigindo o fim da extração de petróleo, minerais e gás em todas as áreas sob proteção incluídas nas categorias I, II, III e IV da UICN ("reserva natural stricto sensu", "área silvestre", "parque nacional", "monumento natural" e "área de manejo de hábitats").
Um novo relatório do Forest Peoples Programme e da Fundação TebTebba exorta o Banco Mundial a suspender o apoio dado à extração de petróleo, gás e minerais. O relatório "Extracting Promises: Indigenous Peoples, Extractive Industries and the World Bank" foi compilado como contribuição para a Revisão das Indústrias Extrativistas (RIE ou EIR, em inglês) do Banco Mundial (o relatório na íntegra e os estudos de caso associados podem ser baixados do sítio Web http://www.forestpeoples.gn.apc.org/Briefings/Private%20sector/
eir_internat_workshop_synthesis_rep_eng_may03.htm ).
A mineração é uma atividade a curto prazo, mas com efeitos a longo prazo. Ninguém pode (deve) ter a menor dúvida de que, quando realizada em áreas de floresta, constitui um fator de depredação. Calcula-se que, juntamente com a exploração de petróleo, ameaça 38% dos últimos remanentes de floresta primária do mundo.
Em número cada vez maior, os novos sistemas de segurança das corporações no mundo todo incluem ex-oficiais de inteligência, do exército e veteranos dos esquadrões da morte. Eles dão combate pagos por novos chefes: as indústrias de mineração.
Enquanto ainda despencam bombas, rolam tanques militares e morrem milhares de pessoas, os prováveis vencedores já estão repartindo o tesouro. É que disso se tratava esta guerra. Saddam e suas míticas armas de destruição em massa não passavam de uma desculpa pouco crível. O mundo todo sabia e sabe disso. Tanto o petróleo quanto os lucrativos contratos para a reconstrução daquilo que destruíram já estão em "boas" mãos.
O Fórum das Nações Unidas sobre Florestas (UNFF, em inglês) reunir-se-á, de 26 de maio a 6 de junho, em Genebra. Em abril deste ano, diversas ONGs e OPIs manifestaram à Secretaria do UNFF algumas de suas preocupações, concluindo que: "se essas questões não forem tratadas logo, o UNFF perderá credibilidade perante os grupos da sociedade civil e os povos indígenas e, mais tarde, perante os governos" (ver -em espanhol- http://www.wrm.org.uy/alerts/FNUB03esp.rtf).
Ainda ecoam nas ruas da patagônia Esquel os festejos da contundente vitória do NÃO, que teve 81% dos votos no plebiscito não vinculante realizado no dia 23 de março. O monstruoso aparato publicitário empresarial e do governo não pôde convencer a população a apoiar a exploração de uma mina de ouro e prata localizada a uns 6 quilômetros dessa cidade. A urbe mais importante da cordilheira do Chubut, habitada por aproximadamente 30 mil pessoas, disse NÃO e a Argentina Mineira tremeu.