São cada vez mais comuns iniciativas de ONGs e empresas voltadas para a "questão de gênero" que distorcem e despolitizam a luta feminista. Os vários exemplos de "maquiagem lilás" não enfrentam as causas estruturais da opressão sobre as mulheres, perpetuando desigualdades sistêmicas dentro do sistema capitalista.
Artigos de boletim
Na província de Kalimantan Oriental, o Banco Mundial está apoiando o primeiro programa de REDD jurisdicional do governo indonésio, e as ONGs conservacionistas internacionais TNC e WWF cumprem um papel fundamental na preparação e na execução. Embora proclamem que é uma “história de sucesso” (1), o programa está cheio de contradições.
A recém-lançada “Declaração de Mouila” é uma mensagem de resistência, solidariedade e unidade de comunidades e organizações de base que são membros da Aliança Informal contra a expansão das Monoculturas Industriais.
“Declaramos nossa oposição ao projeto de mineração”. Essa é a mensagem da comunidade de Sainte Luce à QIT-Madagascar Minerals (QMM) e autoridades de Madagascar. A comunidade declarou sua oposição às intenções da empresa de minerar ilmenita, usada na fabricação de tinta branca e plásticos, entre outros produtos, pois isso destruiria suas terras e suas pescarias. Eles deixaram sua posição clara em uma carta e depoimentos em vídeo, que entregaram à subsidiária da Rio Tinto e às autoridades em dezembro de 2023.
A proposta para “fechar a lacuna do financiamento da biodiversidade” não aborda as causas subjacentes da perda dessa biodiversidade, e sim aprofunda a financeirização da natureza, permitindo que o setor empresarial e financeiro lucre com a crise ambiental. Andre Standing, membro da Coalizão para Acordos Justos de Pesca (CFFA), analisa essa questão nesta entrevista publicada pela Acción Ecológica durante a COP16 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).
O artigo trata da criação do REDD+ enquanto “moda de conservação”, o que lastreou o direcionamento de recursos de bancos de investimento e governos do norte global, imediatamente também despertando o interesse de corporações do setor alimentício e de bens de consumo.
Entre 21 de outubro e 1º de novembro, acontece na Colômbia a COP16 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), uma iniciativa que tem falhado em seu objetivo de conter a alarmante perda de biodiversidade. De 30 anos para cá, em vez de pôr fim à destruição causada pelas empresas extrativistas, as propostas da CDB vêm piorando a situação, com ações que prejudicam a soberania e a permanência de Povos Indígenas e comunidades nos territórios que estes habitam e protegem.
Este artigo conta a história de um podcast que está sendo lançado em conjunto com Solidaritas Perumpuan, uma organização feminista da Indonésia. É o terceiro episódio da série “A luta das mulheres pela terra”, que o WRM vem produzindo com organizações de diferentes países. Ele conta a história da resistência das mulheres às plantações industriais de dendê, ao REDD e a um mega-projeto de produção de alimentos em três aldeias de Kalimantan Central.
A empresa Sequoia alega ter obtido 60.000 hectares para um projeto de monocultura de eucalipto na província de Haut-Ogooué, no Gabão. As declarações das comunidades e uma pesquisa de opinião com mais de 1.400 pessoas da região afetada jogaram luz sobre a total rejeição desse projeto de plantação. Autoridades do atual governo e parlamento também expressaram abertamente sua oposição ao projeto.
No Congo-Brazzaville, projetos de plantio de árvores para mercados de carbono proliferaram nos últimos quatro anos. Isso significa a implantação de monoculturas em larga escala iniciadas por empresas petrolíferas sob o rótulo sedutor de neutralidade de carbono e criação de empregos em favor das comunidades, quando na realidade não são uma solução para a crise climática nem um benefício para as comunidades do Congo.
Com apoio do Banco Mundial, o governo tailandês está se mobilizando rapidamente para implementar sua “política climática” baseada na compensação de carbono por meio do uso das chamadas “áreas verdes”, que devem cobrir nada menos que metade do país. No entanto, escondida por trás desse discurso “verde” está uma política econômica que depende muito da continuação do uso de combustíveis fósseis.
Além de impactos diretos na vida das comunidades, as monoculturas de eucalipto representam uma desigualdade absurda e obscena. Um grupo de 45 moradores das comunidades com quem conversamos ficou pasmo ao saber que seria necessário que trabalhassem 2300 anos a fio para receber coletivamente, através de seu trabalho, o que a família para a qual trabalham recebeu em um ano, apenas por meio de títulos de uma de suas propriedades.