Famílias camponesas sofrem ameaças de despejo por parte da empresa de monocultivo de dendê Brasil Bio Fuels (BBF), com o governo do Estado sendo cúmplice de ela. Este artigo mostra que a tão falada ‘bioeconomia’ não é nem ‘sustentável’, muito menos ‘limpa’. O que ela faz é destruir territórios de comunidades, da mesma forma como as indústrias que promovem o extrativismo baseado nos combustíveis fósseis há muito tempo vêm fazendo.
Artigos de boletim
A Orinoquía se estende desde o sopé da cordilheira oriental até a fronteira com a Venezuela. Historicamente, a região tem sido associada à exploração de borracha, madeira, peles e outros dos chamados “recursos naturais”, à custa da exploração de comunidades ancestrais. Hoje, surgem novas ameaças sob o paradigma da conservação, da energia verde e dos projetos de carbono.
A empresa está em processo de renovação de parte de suas plantações de dendezeiros em Edéa. No final do ano passado, as comunidades de Edéa começaram a se mobilizar contra esse processo. Sua resistência e determinação em parar a empresa levaram o prefeito a solicitar que a Socapalm parasse suas atividades. Esta é uma primeira vitória da comunidade e das mulheres organizadas de Edéa, mas a luta continuará até que a SOCAPALM devolva as terras às comunidades!
A província de Corrientes concentra a maior área de plantações industriais de árvores da Argentina, e 80% da madeira vai para serrarias. Montanhas de serragem são queimadas periodicamente, causando graves problemas à vida e à saúde dos moradores. A organização local Guardianes del Y’verá fez uma pesquisa sobre saúde comunitária para denunciar o problema, exigir que esses estabelecimentos mudem para outros lugares e denunciar os impactos desse modelo.
Vários artigos deste boletim tratam das lutas comunitárias contra antigas e novas formas de extrativismo que ameaçam os territórios e os meios de subsistência das comunidades na América Latina, na África e na Ásia. Por esse motivo, recomendamos a releitura de uma entrevista com o membro do Comitê Consultivo do WRM Nasako Besingi, de Camarões, sobre os desafios que as comunidades enfrentam.
Está sendo proposta uma nova rodada de iniciativas de plantação de árvores para compensação de carbono. Para além da ideia absurda – aprovada pela ONU e por vários governos nacionais – de que as plantações de árvores podem compensar os danos (climáticos) causados pela queima de carbono fóssil, essas iniciativas têm destruído os meios de vida das pessoas e se apropriado de vastas áreas de terras comunitárias.
Projetos de conservação de florestas e de plantação de árvores para compensação de carbono são os preferidos do setor empresarial para vender uma imagem mais verde. Essas iniciativas apresentam características que as tornam muito atrativas para os investidores, como a facilidade de manipular os argumentos e os cálculos utilizados nos projetos. Portanto, não é surpresa que escândalos estejam vindo à tona, o que têm afetado os tipos de projetos que estão sendo desenvolvidos.
Quantas plantações de árvores existem, e qual é seu tamanho? Em que regiões e países elas estão localizadas? Quais são as diferenças entre os vários “atores” diretamente envolvidos na implementação de plantações de árvores para o mercado de carbono? Este artigo apresenta números e informações que buscam responder a essas e outras perguntas.
Toda plantação de árvores desenvolvida para a compensação de carbono têm por trás agentes externos buscando lucrar com o aumento do controle sobre a terra. A despeito deste aspecto colonial comum, essas plantações podem variar bastante: podem ser grandes monoculturas ou esquemas com pequenos agricultores integrados, podem incluir espécies exóticas ou nativas, e algumass delas podem até existir apenas no papel.
Várias iniciativas têm contribuído para a promoção de plantações de árvores para compensação de carbono. Independentemente de essas iniciativas serem lideradas por empresas, ONGs, governos nacionais ou companhias petrolíferas, são as empresas poluidoras quem se beneficia quando se desvia a atenção da necessidade de reduzir as emissões de combustíveis fósseis.
Recomendamos a releitura da publicação “O mercado de carbono: semeando novos problemas”, escrita por Larry Lohmann no ano de 2000. O documento analisa a situação da crise climática e os diferentes enfoques adotados para enfrentá-la.
A cada dois anos, fazemos uma pesquisa na rede de contatos do WRM sobre o conteúdo do nosso boletim e outros materiais, incluindo cartilhas, relatórios, vídeos e podcasts. Nós convidamos você a responder este breve questionário