Artigos de boletim

Desta vez queremos recordar um Boletim que contém dez importantes contribuições sobre o tema dos ‘direitos’.
Os intercâmbios entre ativistas colocam no centro as vozes de quem luta para defender seus territórios. Em setembro, membros de comunidades de Brasil e Moçambique se conectaram mais uma vez para articular suas lutas e histórias, o que contribuiu para fortalecer a solidariedade na luta contra as plantações industriais de árvores.
A economia ‘verde’ transmite a ideia de que é possível enfrentar o caos climático sem enxergar o vínculo direto entre a poluição e as estruturas de poder. Seus programas ‘verdes’ permitem que a demanda por energia siga crescendo e, portanto, também cresça a acumulação de lucros e injustiças. Sendo assim, ela é uma cara ‘verde’ para o mesmo sistema econômico violento, patriarcal, colonial e racista.
Na ‘economia verde’ os interesses das corporações, dos Estados e da ‘indústria de preservação’ se entrelaçam entre si. Todos, de uma ou de outra forma, lucram com a destruição das florestas e expulsão de comunidades de seus territórios. No Pará, o número de projetos REDD está crescendo, enquanto o governo estadual busca implementar um programa REDD jurisdicional que abrange o estado inteiro.
Este artigo conta a história de um grupo de mulheres de Kalimantan, chamado “Hurung Hapakat”, que significa “Trabalhando Juntas”. Coletivamente, e enfrentando grave repressão, elas retomaram e trabalharam algumas terras das plantações de dendezeiros, para também retomar sua soberania alimentar, sua dignidade e sua sabedoria. E não estão sozinhas.
Organizações de mulheres resistem ao avanço de uma monocultura que invade suas terras e gera escassez e contaminação da água. Neste podcast, elas explicam a situação que estão vivendo e sua luta. O trabalho foi realizado pelos grupos Mujeres de la Costa de Chiapas ante la Palma Aceitera e Mujeres de la Costa en Rebeldía, em colaboração com o WRM.
O caos climático é visível no Delta do Saloum. As comunidades que dependem da pesca enfrentam impactos substanciais, acentuados pelas indústrias pesqueira e de combustíveis fósseis. Um projeto de reflorestamento de árvores de mangue, financiado pela Shell, transformou-se em um projeto de carbono, o que vai agravar os impactos climáticos para as comunidades.
Este artigo reflete sobre o papel instrumental que os esquemas de certificação de créditos de carbono desempenham na estrutura da economia verde, bem como sobre os interesses e as contradições intrínsecas ao processo de certificação.
Neste boletim, que trata da violência que a chamada “economia verde” representa para povos indígenas e comunidades camponesas, relembramos uma entrevista com Josefina Lema, integrante do Povo Otavalo da Nação Kichwa (Quéchua).
Um dos maiores fundos de investimento, Harvard Management Company, vendeu 88 mil hectares em Corrientes, depois de 14 anos lucrando com o plantio de árvores ao custo da destruição de pântanos e comunidades. Essas terras agora passaram às mãos da maior empresa de energia elétrica da Argentina, a Central Puerto, que também busca a produção de madeira, biomassa para energia e compensações de carbono.
No mês do Dia Internacional da Mulher, este editorial reflete sobre um tema central para o WRM: por que o feminismo é importante nas lutas pelas florestas? As lutas feministas colocam a vida no centro e mostram que, para defender as terras e as florestas, é preciso transformar as relações de poder.
No sopé do Monte Mabu, Moçambique, a expansão da monocultura de seringueiras tem restringido o acesso de comunidades Manhaua ao seu próprio território. Esse processo tem ocorrido por meio de abusos sistemáticos, estampando o contraste entre as diferentes formas da população local e do capital estrangeiro se relacionar com o meio em que estão.