Artigos de boletim

Nos últimos dois anos, duplicaram-se as iniciativas de plantação de árvores destinadas aos mercados de carbono. Contudo, seja como grandes monoculturas, seja como projetos aparentemente bons para comunidades de base, as plantações de árvores para compensação de carbono não são uma solução para o caos climático nem benéficas para as comunidades rurais no Sul Global.
Projetos de compensação de carbono comprometem roças, o corte de árvores para subsistência, e outras práticas milenares praticadas por povos indígenas e comunidades tradicionais na Amazônia. Contratos promovidos por empresas minam as estratégias locais de cuidado e criatividade dos trabalhadores e trabalhadoras, subvalorizando ou mesmo negando-as por completo.
Uma compilação de artigos do Boletim do WRM expõe o papel prejudicial desempenhado pelas empresas e organizações envolvidas em esquemas de certificação. Depois de três décadas, está claro que a única “sustentabilidade” que garantem é a dos negócios das empresas certificadas e da própria indústria de certificação.
A Associação de Mulheres Afrise lançou um abaixo-assinado internacional para impedir o replantio de monoculturas de dendê ao redor de suas casas e dos túmulos de seus antepassados. Elas denunciam décadas de abuso sexual, desapropriação de terras e miséria, e exigem que seu território lhes seja devolvido para que possam levar uma vida digna.
As comunidades Mapuche resistiram durante décadas aos impactos do modelo florestal baseado em grandes monoculturas. Nesta entrevista, Pablo Reyes Huenchumán, porta-voz da comunidade Paillakawe, explica como eles se organizam e quais são seus principais desafios na luta pela recuperação do território e a manutenção da sua cultura.
O ano de 2023 terminou com uma vitória da luta popular pela defesa da vida no Panamá, que teve repercussões em todos os lugares do planeta onde há processos de defesa territorial e resistência diante de conflitos ambientais.
No contexto da recente conferência climática da ONU em Dubai, propomos a releitura do artigo Climatologia/Ideologia, do Boletim 247 do WRM, publicado em janeiro de 2020.
Neste editorial, queremos reconhecer a contribuição que o povo equatoriano tem dado ao mundo no atual caminho de luta por territórios livres da exploração petrolífera, em um contexto em que as elites e as empresas de petróleo continuam agarradas ao poder e aos lucros que obtêm dos combustíveis fósseis
As lutas pela terra nos estados do Nordeste da Índia podem piorar com a pressão para expandir as plantações de dendezeiros em terras de pequenos agricultores e povos indígenas, ameaçando a sua soberania alimentar e a prática ancestral do Jhum (cultivo itinerante). Além disso, uma nova Emenda à Lei Florestal facilitará essa expansão, comprometendo ainda mais as florestas e os Povos Indígenas da região.
Resposta do WRM referente à “Nota de esclarecimento” da Biofílica Ambipar sobre o artigo da autoria do WRM intitulado "REDD e a Economia Verde agravam opressão e desmatamento no Pará, Brasil", publicado no boletim do WRM de julho de 2023.
As monoculturas de árvores cobrem mais de sete por cento do território uruguaio. As consequências dessa enorme expansão levada a cabo por um punhado de empresas, principalmente em bacias hidrográficas e campos, foram devastadoras. Este ano, quase metade da população urbana ficou sem acesso a água potável – um alerta sobre a mudança drástica que é urgente para que o Uruguai mantenha a sua água.
Com o apoio de financiamento internacional, o Parque Nacional Kahuzi-Biega causou o despejo forçado e violento do Povo Indígena Batwa. O governo da RDC aprovou recentemente uma nova lei sobre os Direitos dos Povos Indígenas que, embora seja um avanço, não se aplica às terras que já foram classificadas como áreas protegidas nem faz qualquer menção a injustiças históricas.