Artigos de boletim

Cada vez com mais frequência, os moradores da Ilha Pari veem suas casas e seus negócios debaixo d’água. Além das lutas contra o turismo promovido por grandes empresas, quatro moradores estão entrando na justiça contra uma das maiores emissoras de dióxido de carbono do mundo e, portanto, uma das principais responsáveis ​​por sua situação: a corporação cimenteira Holcim.
O rio Beni, na Amazônia boliviana, está ameaçado. Enquanto o governo busca instalar mega-hidrelétricas que inundariam uma área muito maior do que a parte urbana da capital La Paz, a mineração e a contaminação com mercúrio causadas por essa atividade continuam adoecendo a vida nesses territórios.
Em termos globais, nenhum cultivo cresceu mais rapidamente na última década do que o dendê. Essa expansão quase incontrolável deixa um profundo rastro de destruição e conflitos em torno de suas gigantescas áreas de plantações, do Sudeste Asiático à África Ocidental e Central. À medida que ocupam mais terras comunitárias, as empresas também se apoderam das fontes de água.
O discurso da 'transição energética' tem sido utilizado para justificar a expansão da fronteira extrativa mineral. No entanto, além da poluição local e dos impactos sobre as florestas e os povos, a extração e o processamento de minerais exigem grandes quantidades de água, com efeitos nos territórios de longo alcance e duração.
São as interconexões e dependências entre colonialismo, racismo, patriarcado e exploração de classe que criam as condições para a crise climática. Portanto, enfrentar o caos climático é enfrentar as relações de poder desiguais em que se baseia o capitalismo, com sua dependência dos combustíveis fósseis.
A cooperativa Produtores Independentes de Piray (PIP), na província de Misiones, Argentina, foi formada em 2005 para frear o avanço da monocultura de pinus da multinacional Arauco e recuperar a terra. O WRM conversou com Miriam Samudio, liderança da família PIP, para refletir sobre o processo de luta e as lições aprendidas.
Os quase 5 mil km do rio Mekong, que atravessa seis países e garante as vidas e a subsistência de milhões de pessoas, está sob grave ameaça devido à construção de grandes usinas hidrelétricas. As comunidades estão resistindo ao que poderia ser a luta final para salvar algumas das partes restantes do rio e, na verdade, de suas vidas.
O dendê no Brasil está se expandindo rapidamente, principalmente no estado amazônico do Pará. A BBF (Brasil BioFuels), a maior empresa do dendê do Brasil, é acusada de crimes ambientais e violência contra comunidades indígenas, quilombolas e camponesas, como Virgílio Serrão Sacramento, comunidade ligada ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
Mais de 10 milhões de hectares na Indonésia são controlados pela indústria de celulose e papel, principalmente por duas grandes corporações: APP e APRIL. Apesar dos compromissos das empresas com a proteção de florestas e turfeiras, ambas continuam associadas a desmatamento, incêndios florestais e um modelo de negócios de violência, criminalização e expropriação de comunidades florestais. (Disponível em indonésio).
Atualmente, existem 270 mil hectares de terras com plantações de dendezeiros no Equador, sendo que a região de maior expansão é Esmeraldas. Os constantes processos de resistência das comunidades La Chiquita, Guadualito e Barranquilla de San Javier continuam gerando indignação e solidariedade entre os povos e internacionalmente.
Uma conversa com o presidente da Associação Quilombola Volta Miúda e da Cooperativa Quilombola do Extremo Sul de da Bahia revelou como a Suzano, maior empresa de papel e celulose do mundo, continua operando com graves violações e ilegalidades. As comunidades continuam lutando para recuperar suas terras.
O modelo de “conservação” na Índia continua cercando florestas e expulsando comunidades, em uma tentativa deliberada de atacar e destruir a Lei de Direitos Florestais (FRA, na sigla em inglês) – uma legislação histórica que fortalece a autoridade das comunidades sobre suas florestas. Enquanto isso, as empresas podem destruir florestas, mesmo dentro das áreas de conservação.