De 8 a 13 de outubro, as organizações de pescadores, colhedores artesanais, ambientalistas e acadêmicos de 10 países da América Latina, organizados na Redmanglar Internacional, se reuniram no município de Cuyutlán, Estado de Colima, no México.
Durante toda uma semana de trabalho foi denunciado que no mundo é reafirmada e fortalecida uma política de apropriação e uso de espaços litorâneos e marinhos nos quais os interesses econômicos de uns poucos se antepõem à conservação dos ecossistemas que sustentam a vida e os direitos básicos das comunidades locais.
Artigos de boletim
Os Povos Indígenas atingiram uma importante vitória junto às Nações Unidas. Após mais de 20 anos de negociações, no dia 13 de setembro a Assembléia Geral das Nações Unidas adotou finalmente a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
Introdução
No dia 27 de agosto de 2007 o Ministro da Justiça, Tarso Genro, assinou as portarias de delimitação das Terras Indígenas Tupinikim (14.227 ha) e Comboios (3.800 ha), totalizando 18.227 ha.
Pelas portarias, o governo brasileiro reconhece que as terras são tradicionalmente ocupadas pelos Tupinikim e Guarani e que nos últimos 40 anos estavam ocupadas ilegalmente pela Aracruz Celulose.
Há três anos, como resposta de um artigo que escrevi a respeito do envolvimento da indústria celulósica na pesquisa de árvores geneticamente modificadas, recebi um correio eletrônico da Secretaria do FSC em Oaxaca, México.
O e-mail dizia “Assumo que você está ciente que o único programa de certificação florestal que se posiciona claramente contra as árvores GM é o programa do FSC, e que essa questão é particularmente relevante para as grandes empresas plantadoras que têm os recursos para investir nesse tipo de pesquisa e desenvolvimento.”
Se a luta pelos 11.009 hectares de terras indígenas dos Tupiniquins e Guaranis, em mãos da maior exportadora de celulose de eucalipto do mundo, a Aracruz Celulose, já tem sido um grande desafio, a re-ocupação deste território e a reconversão do eucalipto existente na área para um outro uso da terra talvez sejam desafios ainda maiores.
Por mais de uma década o WRM tem estado coletando, produzindo e difundindo informação e análise sobre os impactos sociais e ambientais das plantações de madeira rápida (“fast wood”), caracterizadas como monoculturas de árvores em grande escala, de rápido crescimento. Ao mesmo tempo, temos estado enfatizando que essas plantações não deveriam ser certificadas, e nos focalizamos no Conselho de Manejo Florestal (FSC), sendo esse o esquema que certifica a maioria dessas plantações.
A empresa Veracel Celulose- propriedade da sueco-finlandesa Stora Enso e da noruego-brasileira Aracruz Celulose- iniciou o processo para obter a certificação FSC de suas plantações de eucalipto no Extremo Sul do Estado da Bahia, e para isso contratou a consultora SGS.
Nesta semana, o Parlamento tasmaniano vai debater sobre a fábrica de celulose proposta pela Gunns em Bell Bay na Tasmânia. Se for construída, o projeto de USD 1,4 bilhões precisaria quatro milhões de toneladas de troncos ao ano. Dobraria a taxa atual da Gunns de corte rente nas florestas nativas da Tasmânia. A fábrica de celulose produziria grandes volumes de toxinas, poluindo o ar e o Estreito de Bass da Tasmânia.
Vinte e duas mulheres provenientes de todas as províncias de Kalimantan e Sumatra se reuniram em Bogor, de 22 a 24 de maio, a fim de discutirem os efeitos que as plantações de dendezeiros produziram nas suas vidas.
Mulheres e desenvolvimento
Por que as mulheres? É óbvio que as mulheres indonésias têm sido marginalizadas pelo processo de desenvolvimento, que inclui o estabelecimento de plantações de dendezeiros em grande escala.
As plantações de dendezeiros em grande escala têm resultado serem um desenvolvimento muito nocivo para os povos locais na Papua Nova Guiné, e especialmente para as mulheres, para as que têm envolvido mudanças dramáticas em suas vidas, trabalho, segurança e saúde. (ver Boletim Nº 120 do WRM).
As atividades madeireiras da Omex Industry Limited em terras Boloboe, na ilha Vella La Vella, província ocidental do país, têm sido por muito tempo objeto de disputas e batalhas legais. No último fim de semana de finais de julho ocorreu uma tragédia.