Outra informação

O relatório ‘Energy Alternatives: Surveying the Territory’, publicado pela The Corner House, traz dados e argumentos que colocam contra a parede a tese da ‘transição energética verde’. Além disso, oferece um extenso levantamento de experiências comunitárias que propõem alternativas energéticas baseadas em outra concepção de energia — diferente da capitalista. Acesse ao relatório completo aqui (disponível em inglês e espanhol).                    
Esse artigo faz uma afiada crítica às políticas climáticas elaboradas em negociações internacionais, como as COPs, que beneficiam os interesses econômicos daqueles que aceleram a destruição do planeta. Em nome dessas políticas, ‘biopiratas do carbono’ têm ameaçado diferentes comunidades indígenas e seus territórios ao redor do mundo. “Diante desse panorama desanimador, nós, povos indígenas, não apenas resistimos, mas também temos propostas”, afirma o artigo.
Empresas de energia lucram continuamente com atividades que alimentam e financiam o regime colonial de apartheid e genocídio de Israel contra o povo palestino. É isso que se destaca na recente publicação de uma coalizão global de dentro e fora da região.Com foco em duas corporações específicas – Eni e Dana Petroleum, que em outubro de 2023 receberam de Israel licenças de exploração de gás em águas palestinas – a publicação é útil para entender por que a energia é uma questão fundamental na luta pela libertação palestina.
A Conferência de Movimentos Florestais de Toda a Índia foi realizada em Nagpur, de 5 a 7 de abril de 2025. Reuniram-se mais de 400 representantes dos Adivasi (Povos Indígenas) e comunidades que vivem nas florestas, de 14 estados do país, para compartilhar experiências, desafios e estratégias. Com forte presença de mulheres, os participantes denunciaram as violações e ameaças sistêmicas que enfrentam, incluindo assédio, remoções forçadas para a criação de áreas protegidas, mercantilização das florestas e avanço de projetos extrativistas.
Em 2023, em paralelo à conferência climática da ONU em Dubai, no estado petrolífero dos Emirados Árabes Unidos, o governo brasileiro apresentou a ideia de um “Fundo Florestas Tropicais para Sempre” (Tropical Forests Forever Facility, TFFF). Inicialmente pensado pelo Banco Mundial em 2018, o fundo está sendo preparado para ser lançado com grande alarde na conferência climática da ONU de 2025, na cidade amazônica de Belém, no Brasil. Investimentos e doações do setor privado proporcionariam o capital inicial para gestores financeiros especularem nos mercados de capitais.
Comunidades na região de Apouh à Ngog, em Edéa, Camarões, continuam resistindo à violência da empresa Socapalm (subsidiária da SOCFIN) e de soldados fortemente armados que tentam impedir a comunidade de recuperar parte de suas terras ancestrais para plantações de alimentos, após anos de ocupação por plantações industriais de palma.
A Samling é uma empresa madeireira, de plantações e construção notoriamente destrutiva da Malásia, que enfrenta décadas de oposição de povos indígenas como os Penan e os Kenyah por destruir suas terras consuetudinárias. Em dezembro de 2023, a SaraCarbon, subsidiária da Samling, cadastrou um projeto de carbono no estado malaio de Sarawak no registro da Verra, ‘certificadora’ de projetos carbono.
Pesquisas minuciosas realizadas pelo Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia junto com as comunidades tradicionais no alto Rio Acará ao longo de cinco anos, resultaram no dossiê “Indígenas Turiwara Tembé no alto rio Acará: conflitos étnicos e territoriais”. Esse belíssimo trabalho descreve detalhadamente a história e lutas de resistência das comunidades tradicionais nessa região do Pará, comprovando que os Turiwara Tembé pertencem ao território que há muitos anos reivindicam.
As mudanças climáticas não são um desastre natural. Elas são resultado de decisões, práticas e políticas adotadas e mantidas por um número relativamente pequeno de atores, basicamente para atender a seus próprios interesses. Porém, as consequências são globais e o impacto mais intenso acontece em lugares e comunidades que menos têm responsabilidade pela criação da crise.
Esta publicação do REDD-Monitor analisou a aprovação do mecanismo do Acordo de Paris para um mercado global de carbono no primeiro dia da última conferência climática da ONU, em Baku. Com um texto que muitos considerariam confuso, as regras, que foram sendo criadas na hora, refletem um processo no qual o Órgão Supervisor do Artigo 6.4 foi além de seu mandato para estabelecer as normas do mecanismo. No entanto, independentemente de como foi o processo de elaboração e aprovação, o mecanismo está fadado a ser enganoso e agravar a crise climática.
Em seu último livro, Cassandra, uma ativista de longa data contra os mercados de carbono, reúne informações importantes sobre a “overdose” de falsas soluções para a atual emergência climática. Quem é responsável pela crise atual? O que eles fizeram para se livrar de sua responsabilidade enquanto lucravam e destruíam os meios de subsistência das pessoas? Ao apresentar casos passados e recentes, o livro fornece uma análise anticolonial das crises ambientais e destaca a resistência dos povos indígenas e dependentes da floresta.
Neste artigo recente, a organização Grain mostra que o aumento dos projetos de plantio de árvores, alimentado pela demanda empresarial por créditos de carbono, fez com que mais de 9,1 milhões de hectares se tornassem alvo de conversão, principalmente na África e em países como Brasil e Índia.