A Rádio Mundo Real preparou um programa especial sobre o cuidado com a Natureza, destacando as vozes das mulheres de diversas organizações da América Latina que participaram do congresso da ANAMURI. Ouça o programa completo (em espanhol) aqui:
http://radiomundoreal.fm/8114-la-tierra-es-madre
Outra informação
Um artigo de Charo Rojas, Marilyn Machado, Patricia Botero e Arturo Escobar relata os processos cumulativos que vêm violando os direitos das populações afrodescendentes e que destroem seus territórios. Esses processos, dizem eles, são de tal porte que podem ser caracterizados como crimes de lesa-humanidade, ecocídio e etnocídio. A defesa dos territórios ancestrais contrasta com a noção capitalista, neocolonial, unidimensional e eurocêntrica de propriedade individual da terra como meio econômico da produção e exploração.
O filme da Rádio Mundo Real sobre a financeirização da Natureza foi realizado em colaboração com Alianza Biodiversidad, Amigos da Terra América Latina e Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais. O vídeo tenta explicar o que é a financeirização da natureza, quais são seus mecanismos, sua expressão nos territórios, seus impactos e a resistência que ela gera.
A rede internacional de camponeses e camponesas Via Campesina chama a articular ações conjuntas, no Dia Internacional da Mulher, que permitam tornar visível o papel fundamental das mulheres agricultoras em garantir a Soberania Alimentar. Nesta jornada de lutas, denuncia-se a violência exercida especificamente contra as mulheres, pois o modelo do agronegócio, do patriarcado e do capital no campo intensificaram as desigualdades sociais e de gênero.
Quando mineradoras e madeireiras chegam a aldeias pedindo direitos sobre seus recursos, de que forma as comunidades podem tomar uma decisão informada, sem realmente entender todos os impactos dessas atividades? Moira Dasipio, 55 anos, vive e trabalha na província de Isabel, nas Ilhas Salomão, e está determinada a oferecer mais informações sobre grandes projetos às populações locais.
Apesar de Máxima Acuña, uma camponesa do norte andino do Peru, mãe de quatro filhos e que nunca aprendeu a ler e escrever, ter vencido uma ação contra a mineradora que produz mais ouro na América do Sul – a Yanacocha – a empresa continua com atos de intimidação violenta. Só em 2015, Máxima foi ameaçada pelo menos duas vezes, com a entrada, em sua propriedade, da polícia e de agentes da empresa Securitas, que fornece segurança privada à Yanacocha. Em 12 de fevereiro, realizou-se o Dia Mundial de solidariedade a Máxima.
El Salvador tem a maior taxa de feminicídio do mundo, Guatemala, a terceira, e Honduras, a sétima. Na Guatemala e em Honduras, apenas 2% dos casos de mulheres assassinadas foram investigados em 2013. E, em El Salvador, só em 2014, entre janeiro e outubro, mais de 300 mulheres entre 12 e 18 anos foram encontradas em valas comuns não identificadas. As vítimas de feminicídio muitas vezes apresentam sinais de tortura, estupro ou mutilação mamária e genital, e partes do corpo desmembradas.
Lideranças dos povos indígenas da Amazônia brasileira, participantes do Fórum Social Mundial da Biodiversidade, realizado em Manaus, Brasil, em janeiro de 2015, declarou seu repudio por as inúmeras ações desenvolvidas pelo Estado Brasileiro em violação à Constituição Nacional e a outros instrumentos legais internacionais.
Um documentário da Land Justice for West Africa mostra como as comunidades ogonis, já muito afetadas pela indústria do petróleo no delta do Níger, agora estão perdendo seus territórios para uma plantação de banana. Apesar da oposição de milhares de pequenos agricultores, o governo do estado de Rivers pretende se apropriar de mais de 2.000 hectares de terras ancestrais das comunidades ogonis e as entregar a uma empresa privada registrada no México, para uma plantação comercial de bananas.
O coletivo de coordenação da Via Campesina no estado de Pará, no Brasil, fez o esforço de colocar em livro as lutas que acontecem no tempo político amazônico e também suas iniciativas organizadas. Além de uma introdução sistematizada com enfoque nas ideias sobre o campesinato e o novo lugar que ele ocupa nos debates de conceitos históricos, há um duelo de perspectivas com o imperialismo ecológico ambiental.
O livro Money Logging, recém-lançado, documenta a política local, a cumplicidade internacional e a resistência representada pela luta contra a transformação das florestas tropicais de Sarawak em monocultura de dendezeiros e barragens hidrelétricas.
Este documentário do jornal Resumen aborda a origem e as consequências da expansão da indústria de plantações de árvores no centro-sul do Chile. As plantações vêm se expandindo muito no país, em enormes proporções, e chegam a abarcar uns 3 milhões de hectares, afetando seriamente não apenas o meio ambiente, mas também as populações locais. As secas geradas pelo monocultivo também vêm ocasionando incêndios florestais. Muitas comunidades já conseguiram se desligar das empresas e fazer manejo e uso local das florestas.