Em 1987, foi aprovada, no Uruguai, uma legislação que envolve a promoção --através de isenções tributárias e subvenções -- de monoculturas em grande escala de árvores exóticas (principalmente eucaliptos e pinheiros) voltados para a exportação. É assim que o país, até então agrícola- pecuarista, inicia a transformação de parte de suas férteis pradarias em “desertos verdes” que, atualmente, ultrapassam os 700.000 hectares.
Outra informação
Disponível apenas em inglês.
By the Alert Against The Green Desert Movement/Brazil
The harshness of capital against life but Aracruz Celulose lost the FSC-certificate!
Paulo Henrique de Oliveira, liderança Tupinikim de Caieiras Velhas e Coordenador da Articulação de Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo - APOINME e Antônio Carvalho, cacique guarani, viajaram para a Europa em abril/maio de 2006, para divulgar sua luta pela demarcação das terras Tupinikim e Guarani no Espírito Santo (ver Boletins do WRM números 94, 96, 102, 103).
Em maio de 2003 manifestávamos que “Em quase todos os países, as monoculturas de árvores em grande escala foram impostas e desenvolvidas depois de ter havido alterações na legislação de cada país. Desse modo, empresários nacionais e estrangeiros conseguem todo tipo de benefícios, subsídios diretos e indiretos, isenção de impostos e, até, créditos brandos e reembolsos por plantações em grande escala”. (vide Boletim Nº70, artigo sobre Equador).
Os impactos sociais e ambientais das plantações de monoculturas de eucalipto têm sido bem documentados em muitos países. No entanto, a dimensão de gênero geralmente tem sido ignorada, não ficando evidenciados desse jeito os impactos diferenciados que elas têm nas mulheres. As seguintes citações de uma pesquisa levada a cabo no Brasil sobre as plantações e a operação da fábrica de pasta de celulose da Aracruz Celulose são portanto muito úteis para esclarecer o assunto e incentivar outras pessoas para analisar ainda mais esses impactos bem menos conhecidos.
A Colômbia não foge do processo que vem se desenvolvendo em vários países latino- americanos quanto ao estabelecimento de monoculturas de árvores de rápido crescimento.
Em maio de 2003 manifestávamos que “Em quase todos os países, as monoculturas de árvores em grande escala foram impostas e desenvolvidas depois de ter havido alterações na legislação de cada país. Desse modo, empresários nacionais e estrangeiros conseguem todo tipo de benefícios, subsídios diretos e indiretos, isenção de impostos e, até, créditos brandos e reembolsos por plantações em grande escala”. (vide Boletim Nº70, artigo sobre Equador).
No dia 12 de abril de 2006, foi divulgado o relatório “The Kalimantan Border Oil Palm Mega-project” (O mega- projeto de plantações de dendezeiro na fronteira de Kalimantan) a fim de mostrar os planos do governo indonésio para desenvolver plantações de dendê de mais de 3 milhões de hectares na ilha de Borneo, dos quais 2 milhões de hectares ao longo da fronteira de Kalimantan com a Malásia e 1 milhão de hectares em outros locais- em áreas ainda muito florestadas e habitadas por comunidades indígenas.
Em maio de 2006, o Ministério da Agricultura de Moçambique apresentou para sua discussão a “Estratégia Nacional de Reflorestamento” (o documento completo está disponível em http://www.wrm.org.uy/paises/Mozambique/Estrategia_Reflorestamento.doc). Como diz o documento, expõem-se as bases fundamentais para promover o estabelecimento de plantações de árvores no país, que conforme anunciado, serão de espécies de rápido crescimento.
No próximo mês de agosto, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) finalmente atingirá o mesmo nível de outras instituições ao entrar em vigor sua primeira Política Operativa sobre Povos Indígenas (OP- 765).
Durante a passada década, as instituições financeiras e os bancos de investimento têm entregado mais de USD 40 bilhões para novos projetos relacionados com a pasta de celulose no Sul. Os analistas prevêem mais USD 54 bilhões de investimento em fábricas de pasta de celulose no Sul para 2015, grande parte delas no Brasil, no Uruguai, na China, na Região do Mekong e nos Estados do Báltico.
Introdução
O FSC-Brasil tomou a iniciativa para organizar um encontro em Belo Horizonte no dia 18 de outubro de 2005 com o objetivo de coletar contribuições para o processo global de revisão dos princípios e critérios de certificação para plantações de árvores pelo FSC.